terça-feira, 20 de março de 2012

O Perfume da Rosa


Ola! Primeiro vou lhes contar a história de Opmet.

Opmet era um homem muito ocupado. Todo os dias ele:

Acordava, tomava banho, se vestia, tomava café da manhã, ia para o trabalho, trabalhava, almoçava, trabalhava, voltava do trabalho, jantava, tirava a roupa, tomava banho e dormia.

Ele não parava um segundo. Considerava-se muito importante por causa disso. Pois sempre:

Acordava, tomava banho, se vestia, tomava café da manhã, ia para o trabalho, trabalhava, almoçava, trabalhava, voltava do trabalho, jantava, tirava a roupa, tomava banho e dormia.

Olhava algumas pessoas com desdém, pois muitos gostariam de estar em sua posição. Nem todo mundo:

Acordava, tomava banho, se vestia, tomava café da manhã, ia para o trabalho, trabalhava, almoçava, trabalhava, voltava do trabalho, jantava, tirava a roupa, tomava banho e dormia.

E assim passavam os minutos, as horas, os dias, os meses e os anos...

Ah! Preciso lhes contar também a história de Edadinrete.

Edadinrete era florista. Cultivava flores em seu jardim no fundo de sua pequena casa.

Vocês sabem como se cultivam flores? Não é algo que acontece de uma hora para outra.

Ela trabalhava a terra com suas mãos e adubava bastante para lhe dar os nutrientes. Depois ela colocava delicadamente cada sementinha no seio da terra. E agora?

Agora era somente aguardar que o grande milagre acontecesse? Não!

Era necessário cuidar das sementinhas. Como ela fazia isso?

Regando-as todos os dias, protegendo-as das intempéries e até mesmo cantando para elas.

Sim! Edadinrete cantava para suas flores e sua voz acalentadora era recebida com alegria por cada sementinha, lá no fundo da terra. Suas flores eram famosas por sua vistosidade e vitalidade.

Todos os dias ela as levava para a cidade e as oferecia para as pessoas. A todo o momento, muitas passavam apressadas de um lado para outro.

A grande maioria nem notava as belas flores de Edadinrete, algumas admiravam sua beleza de longe, outras chegavam perto e sentiam o seu perfume, mas quase nenhuma tomava uma flor para si.

Mas Edadinrete não se abatia, ela conhecia os corações dos homens e tinha paciência para aguardar a hora de cada um.

Em uma manhã de sol especialmente bela, Opmet estava muito atrasado, andava praticamente correndo, pois hoje tinha uma reunião muito importante.

Ao passar em frente a estação de trem ouviu uma doce voz. Sentiu algo em seu coração. Parou e viu algumas belas flores em meio a todo aquele cinza da cidade.

Se aproximou a passos curtos da barraca com as flores. Pegou delicadamente uma bela rosa branca, levou-a até o rosto e sentiu o aroma perfumado percorrer seus pulmões.

Por um instante esqueceu completamente de sua reunião, de seu trabalho e de sua vida... enfim, naquele exato momento acabou esquecendo de si mesmo.

Mas eis que os grilhões do mundo reclamaram novamente seus direitos e Opmet ouviu o apito agudo do trem que chegava na estação.

E assim Opmet retornou à casca dos sentidos e de seu "eu", partindo apressadamente em direção à estação.

Edadinrete, que assistiu a tudo, o acompanhou com os olhos até que ele desapareceu na multidão.

Ela sorriu levemente e continuou a cantarolar.

Quem sabe amanhã?

Um comentário:

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