quarta-feira, 6 de março de 2013

Tributo a Etienne de La Boétie


É através da nossa conivência com o modelo de sociedade existente que somos usurpados. Nada é mais correto.

Ao aceitar as regras do jogo, assinamos nossa própria sentença.

Ao nascermos somos programados para viver sob os padrões que chamamos de sociedade. Mas será que existiria uma sociedade se não criássemos freios para os nossos impulsos?

A ideia de viver sem essa proteção da sociedade nos assusta, pois gostamos da segurança e da previsibilidade.

Alimentamos a esperança de que, se cumprirmos com nossas obrigações perante a sociedade, poderemos melhorar. Isso é o que nos acorrenta mais firmemente a roda deste estranho mecanismo.

Porém existem aqueles que rompem essa ordem e saem do que chamamos de "correto". Esses são os corruptos. Eles ousam abandonar as regras da civilidade para acumular mais do que outros. Existem várias formas de corrupção: ética, financeira, ideológica...

Isso causa a indignação dos que continuam seguindo as regras e até mesmo a inveja...

Por isso criaram-se mecanismos para punir esses transgressores.

O período que vivemos mostra claramente que esses transgressores estão com o poder nas mãos, ou na verdade, sempre o tiveram.

E se foram esses transgressores que criaram as regras que chamamos de "sociedade" justamente para nos manter atrelados a servidão, mediante o aceite de que: "Se todos seguirem as regras, a vida será melhor"?

E se foram eles que nos inculcaram o medo do desconhecido, de viver sem as regras protetoras de uma sociedade?

Mas não sejamos tão "anarquistas"... Existem outras formas de se ser um transgressor...

Existiram homens que viveram uma outra forma de quebrar as regras da sociedade.

Não pela transgressão de seus valores, mas sim pelo abandono deles.

Assim como nós aceitamos que uma minoria comande a maioria, aceitamos também o conceito de propriedade e de valorar um papel ou um pouco de metal.

Assim também aceitamos os conceitos de "EU" e "VOCÊ", ou seja, de que todos somos seres separados...

Escolhemos a busca pela "felicidade" como nossa meta. Mas o que é felicidade?

Pode a felicidade realmente ser uma característica inerente ao ser humano?

Momentos de felicidade somente são possíveis pois escolhemos cultivar nossa consciência separada de outros, pois se considerássemos nossos irmãos humanos como parte nossa, jamais poderíamos ser verdadeiramente felizes se "algum de nós estivesse em dor"...

Escolhemos aceitar que a sua dor é só sua e que a minha dor é só minha.

Enfim, aceitamos rejeitar o que chamamos de "Amor" a custa de algo...

O que seria esse algo que tanto queremos manter?

Nosso "EU", "EGO" ou "personalidade", esse "eu" que nos dá a ilusão da separatividade é quem articulou o conceito de sociedade.

Para que? Para se proteger! Pois o "eu" é, antes de tudo, covarde!

Ele nunca está satisfeito e sempre quer tudo para si. Ele precisa manter a sociedade em funcionamento.

Esta mesma sociedade que hoje tanto combatemos!

Somos Loucos!!!

Um bando de insanos tocando campainhas em uma noite escura, tateando os valores carcomidos do que chamamos "vida"...

Aliás, escolhemos chamá-la assim...

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