Fábula - Do Latim fabula, significando "história, jogo, narrativa, conta, conto", literalmente "o que é dito". Moderno - Que pertence ao tempo presente ou a uma época relativamente recente; atual.
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
Edadrev e o bosque Savert
Já passava das 9:00 da manhã quando Edadrev acordou. Levantou com um salto da cama, penteou seus cabelos e correu até a cozinha do castelo para procurar algo para comer, já que o horário do café da manhã havia acabado a muito tempo.
Seus pai o Rei Otsenoh e sua mãe, a rainha Selpmis já estavam a muito tempo passeando pelos jardins do castelo, como era costume em toda a manhã de sol. Enquanto tomava café lembrou com alegria de todas as vezes que passeava com seus pais e das adoráveis conversações. Não queria se atrasar para tão prazeiroso passeio, então engoliu um pão com leite e correu ao encontro dos dois.
Sim! Vocês já devem ter percebido que Edadrev era uma princesa. Desde criança era conhecida por sua beleza, tanto que em todo o reino nunca se viu formosura igual.
Edadrev sempre fora muito querida por todos por sua amabilidade e simpatia. Era conhecida também por sua bondade e senso de justiça. Sua presença trazia conforto e segurança a qualquer um que precisasse de ajuda.
Ela encontrou seus pais e os três passaram a caminhar alegremente. O Rei Otsenoh olhou momentaneamente para o sol e disse para Edadrev:
- Querida filha, lembre-se que sua missão como princesa é ser justa e amável com todos. Nunca se esqueça disso.
Neste momento a rainha Selpmis acrescentou:
- Lembre-se sempre do essencial minha filha, aquilo que é invisível aos olhos e alegra o coração.
Edadrev então perguntou:
-O que é essencial? Invisivel aos olhos?
Selpmis respondeu:
- No momento certo, quando você estiver madura, encontrará a chave para abrir o que ninguém fecha e fechar o que ninguém abre. O mais oculto, o interior do interior.
Edadrev achou bastante confusas as palavras de sua mãe. Mas percebeu que elas traziam um conforto para seu peito, então calou-se e continuou a caminhar.
Muitos anos se passaram desde aquele passeio, Edadrev crescia a olhos vistos e sua beleza aumentava a cada primavera que findava...
Não muito longe dali havia um velho bosque que era evitado por todas as pessoas deste reino. Seu nome era Savert.
No meio do Savert vivia uma velha bruxa, seu nome era Adivud. A bruxa adorava descaminhar viajantes desavisados e colocá-los em situações difíceis. Adivud fazia com que as pessoas ficassem presas, se sentissem perdidas e muitas vezes estas paravam de caminhar e até morriam, por dar ouvidos a Adivud.
A bruxa Adivud não vivia sozinha, ela tinha dois filhos.
O mais velho chamava-se Odem, muito conhecido entre os viajantes. Odem era grande, feio e muito forte. Perseguia sem cessar quem adentrava no bosque Savert. Ele cercava suas vítimas e lhes paralisava apenas com o olhar. Famílias inteiras eram aterrorizadas por Odem e ficavam ali como estátuas até se transformarem em mais uma ossada do bosque Savert.
O mais novo era Ovitaler. Ovitaler tinha uma bela aparência externa, porém seu interior era mau e ele seguia os mesmos passos de sua mãe. Ovitaler gostava de abordar as pessoas desavisadas com sua fala mansa e aparência agradável. Mais do que depressa conseguia conquistar a confiança de suas vítimas.
Porém logo começava a lhes mostrar várias opções de caminhos a seguir, gostava de analisar todos os pontos dos caminhos, esmiuçando cada passo até que o viajante era levado a exaustão por tanta tagarelice sem sentido e acabava por desistir da viagem.
E assim os três, Adivud, Odem e Ovitaler viviam dentro do Savert, aterrorizando as pessoas que por ali passavam...
Ocorreu então que em uma bela manhã, a princesa Edadrev resolveu passear sozinha pelos jardins e acabou se perdendo. Andou muito até perceber que estava em um local desconhecido. O jardim havia perdido suas cores vivas e acabou se tornando cada vez mais escuro. Edadrev se viu em um local com pouca luz que desconhecia completamente.
Ao caminhar sozinha pelo bosque escuro, logo deu de cara com Odem. Ao ver aquele monstro horrível ela correu em disparada até não ouvir mais aqueles pesados passos atras de si.
Foi então que ouviu uma doce voz:
- O que aconteceu minha querida? Você se perdeu? Pobrezinha! Vou te ajudar! E assim disse Ovitaler ao avistar Edadrev sozinha na floresta.
- Venha, vou te ajudar! Você quer fazer o que? Voltar de onde veio ou buscar uma outra saída? Depende né, porque se escolher o caminho mais curto, posso te guiar até um que haja menos perigos. Porém se quiser voltar por onde veio pode ser mais longo, mas com mais perigos. Na verdade tanto faz, pois os dois continuam escuros. Então o que você decide? Posso te aconselhar, mas não quero me comprometer, então vou ficar calado. Mas se quiser minha opinião, me pergunte. Posso na verdade te levar onde você quiser, mas não me culpe se der algo errado...
Edadrev sentia sua cabeça girar ao ouvir a voz de Ovitaler e acabou por desmaiar. Nesse momento chegou Odem que também a continuava perseguindo:
- Meu caro irmão Ovitaler, não percebeu quem é esta jovem? Seus olhos estão ofuscados por sua beleza? Esta é a princesa Edadrev, filha dos reis Otsenoh e Selpmis. Nossa mãe vai adorar este presente! Vamos levá-la!
E levaram Edadrev amarrada para a bruxa...
Nessa altura no castelo, o rei Otsenoh e a rainha Selpmis estavam procurando sua filha em todos os cantos. Após verificarem que ela não estava nos domínios do castelo, foram peregrinando pelo reino para procurar por sua filha.
A comoção foi geral pois Edadrev era amada por todos e muitos ajudaram na procura. Após algum tempo, um dos servos do rei encontrou um rastro que levava diretamente ao bosque Savert.
Então o rei Otsenoh foi até o centro do reino e anunciou:
- Minha filha Edadrev entrou no bosque Savert. Todos sabem muito bem os perigos que correm aqueles que realizam tal imprudência. Busco a ajuda de vocês, meus amigos, para encontrá-la!
Neste instante se destacou em meio a multidão um jovem. Ele tinha uma aparência comum, mas seus cabelos, vermelhos como fogo, lhes davam um ar completamente diferente dos demais:
- Sou Megaroc, filho de Oacaroc. Me coloco a disposição do rei a da rainha para buscar a princesa Edadrev!
A rainha Selpmis olhou ternamente para o jovem e disse:
- Megaroc, filho de Oacaroc, sua ação é nobre e sua postura digna! Por favor, traga Edadrev de volta do bosque Savert.
E assim Megaroc partiu imediatamente ao encalço da princesa.
Megaroc era, como seu pai um hábil ferreiro e sempre tinha embainhada sua espada, que ele mesmo confeccionara. Curiosamente Megaroc havia gravado em sua espada o nome de Edadrev, em homenagem a bela princesa.
Ele adentrou o bosque Savert e foi direto ao seu centro, onde ficava a cabana da bruxa Adivud. Ele fora avisado por seu pai de antemão onde o mal daquele bosque residia.
Ao chegar na cabana encontrou Odem e Ovitaler guardando a porta. Eles partiram para cima de Megaroc, porém Megaroc lutava com sua espada de dois gumes e sua bravura acabou por derrotar os dois.
Enfim adentrou a cabana e encontrou a velha Adivud e avistou Edadrev amarrada na parede.
Megaroc partiu para libertar Edadrev quando ouviu a voz de Adivud:
- Quem é esse jovem que adentra minha cabana? Você não quer ganhar nada, meu amigo? Juntos podemos usar Edadrev para conseguir tudo o que quisermos! Tem certeza que não quer nada? O mundo oferece tantas oportunidades! Podemos ter uma vida de reis! Você pode ter uma vida de rei! Você precisa apenas negar Edadrev! Finja que nunca esteve aqui e te darei tudo o que quiser! Tem certeza que não quer?
Com essas e outras palavras Adivud tentava enganar Megaroc, que já estava exausto após a luta com Odem e Ovitaler começou a cambalear...
Nesse momento Edadrev acordou e viu o que se passava. Olhou o jovem Megaroc e viu seu nome escrito em sua espada. O jovem estava ofegante e zonzo devido ao poder de Adivud. Nesse momento Edadrev lembrou das palavras que sua mãe lhe dissera quando ainda era uma menina:
- Lembre-se sempre do essencial minha filha, aquilo que é invisível aos olhos e alegra o coração.
Nesse momento gritou para Megaroc:
- Amigo, em seu peito está um segredo, algo que nem o mundo nem ninguém pode explicar. Levanta tua espada com e em meu nome, rompe a couraça da ilusão e cumpre teu papel, ó herói dos heróis...
Ao ouvir isso Megaroc levantou sua espada e cortou as correntes de Adivud que prendiam Edadrev e os dois fugiram do bosque... E foram ao encontro do seu reino... dos reis do passado e de seu castelo... isto é, do seu verdadeiro lar.
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